quinta-feira, 24 de maio de 2007

Ao entardecer...

Olho-te e não me vês. A primavera vigia
a floração das malvas e o girassol retribui
os favores da luz. Eu sento-me onde acho

que vai estar a tua sombra. E, como a dor
que persegue a ferida, vejo-te quando passas,
mas vejo-te melhor quando não passas. Tu

não me vês; caminhas na geometria vã de
uma linha sem pontos; às vezes parece que
alguma coisa te detém e viras-te - talvez
então me chames dentro de ti, talvez até
me olhes. Mas não me vês.

Maria do Rosário Pedreira
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8 comentários:

Maria disse...

Bebi este poema, todo...
E vou levá-lo comigo...

Beijo

poetaeusou . . . disse...

*
vejo-te
respeito a geometria
linha em segmento
com chegada
sem sombras
em qualquer
estação do ano
porque não
num inverno
florido
*
ji
h
*

A.S. disse...

"Eu sento-me onde acho que vai estar a tua sombra"...


Belo poema da Maria do Rosário!

Um BeijO!

APC disse...

Magnífico poema, este!

A. Pinto Correia disse...

Tocante este poema..
Beijos.

o alquimista disse...

Lindo...!


Os teus pés são navegantes na espuma, o teu cabelo dança em descuidada ironia, suave viagem de ondulante onda em tua boca, duas sílabas sopradas em mágica melodia...


Bom fim de semana


Doce beijo

Manuel Veiga disse...

" eu sento-me onde acho que vai eestar a tua sombra..."

que beleza!...

de facto, por vezes "olhamos e não vemos..." .

adorei.

nOgS disse...

Entardecer doce...