Olho-te e não me vês. A primavera vigia
a floração das malvas e o girassol retribui
os favores da luz. Eu sento-me onde acho
que vai estar a tua sombra. E, como a dor
que persegue a ferida, vejo-te quando passas,
mas vejo-te melhor quando não passas. Tu
não me vês; caminhas na geometria vã de
uma linha sem pontos; às vezes parece que
alguma coisa te detém e viras-te - talvez
então me chames dentro de ti, talvez até
me olhes. Mas não me vês.
Maria do Rosário Pedreira
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8 comentários:
Bebi este poema, todo...
E vou levá-lo comigo...
Beijo
*
vejo-te
respeito a geometria
linha em segmento
com chegada
sem sombras
em qualquer
estação do ano
porque não
num inverno
florido
*
ji
h
*
"Eu sento-me onde acho que vai estar a tua sombra"...
Belo poema da Maria do Rosário!
Um BeijO!
Magnífico poema, este!
Tocante este poema..
Beijos.
Lindo...!
Os teus pés são navegantes na espuma, o teu cabelo dança em descuidada ironia, suave viagem de ondulante onda em tua boca, duas sílabas sopradas em mágica melodia...
Bom fim de semana
Doce beijo
" eu sento-me onde acho que vai eestar a tua sombra..."
que beleza!...
de facto, por vezes "olhamos e não vemos..." .
adorei.
Entardecer doce...
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