quarta-feira, 21 de março de 2007

Ao meditar...

O espírito
Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impermanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me ofuscam macilentas;

E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.

Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:

Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto.

Natália Correia

6 comentários:

Teresa Durães disse...

:))))))))))))))

Natália Correia!!!!!!!!!1

ah!!! Grande post!!!!!!!!!!!!

Maria P. disse...

Só tu para entenderes a minha preferida.

:)Beijoca Miga!

Maria disse...

Faltava no dia de hoje a Natália, por aqui...
Gostei muito!

Beijo

poetaeusou . . . disse...

***
para ti, longinquo maio...
*
Glorifiquei-te no eterno.
Eterno dentro de mim
fora de mim perecível.
Para que desses um sentido
a uma sede indefinível.

Para que desses um nome
à exactidão do instante
do fruto que cai na terra
sempre perpendicular
à humidade onde fica.

E o que acontece durante
na rapidez da descida
é a explicação da vida.
*
in)natália correia
*
bjs)
***

Manuel Veiga disse...

gosto destas "aves estroinas" a voar alto...

beijos

Maria disse...

Olá,

Lindo Poema de Natália Correia.
Poetisa cá da minha terra.

Bom fim de semana