domingo, 8 de abril de 2007

Ao entardecer...

Chamo-Te
Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.

Sophia de Mello Breyner Andresen

5 comentários:

Maria disse...

Há tantas coisas que não gostaria de ver...

Um beijo

JPD disse...

Olá Maria P.

Como sou incondicional da Sophia -- Alguma vez li um poema sequer que tivesse achado menos belo?! -- Nunca!!! -- delicío-me.

Bjs

poetaeusou . . . disse...

,
Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Eu minha vida daria
E vivo neste tormento
,
in)sophia
,
b)
,
h

Luís Galego disse...

Há muitas coisas que não quero ver.Não queria mesmo ver, mas tal como Sophia a curiosidade mata-me.

Teresa Durães disse...

(envia-mo)