terça-feira, 10 de abril de 2007

Ao meditar...

A mentira é a base da civilização moderna.
É na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc... A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático. Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita. A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.
Teixeira de Pascoaes
A Saudade e o Saudosismo

7 comentários:

poetaeusou . . . disse...

/
a
civilização
é
a
eterna mentira
/
ji)
/

Teresa Durães disse...

sabes que já vi gente a defender ferriamente a mentira para o bem da civilização? e sabes o que me chamam por não mentir? dizem que tenho "falta de postura", "importuna", "incoveniente", "indelicada"

penso que devem dizer outras coisas nas costas ahahahahah

mfc disse...

É verdade que mentimos...mas seria bom indagar das causas que nos levam a essa atitude!

Luis Eme disse...

Não sabia que no tempo de Teixeira de Pascoaes, a mentira já era tão importante, Maria.

Ele lá sabe o que escreveu, apesar de ser do tempo dos "homens com honra", a quem bastava um aperto de mão para selar um negócio...

Luís Galego disse...

estavas a pensar em algum acontecimento muito recente quando invocaste Teixeira de Pascoaes????hummmmmmmmmmmm

Manuel Veiga disse...

É voltar aos "clássicos", tens razão. com o sabor de quem regressa a Casa (de Maio). cada vez mais actuais, sem dúvida.

O Sibarita disse...

Pô que texto heim? Falou e disse...

bjs,
O Sibarita