A mentira é a base da civilização moderna.
É na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc... A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático. Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita. A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.
Teixeira de Pascoaes
A Saudade e o Saudosismo
7 comentários:
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a
civilização
é
a
eterna mentira
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ji)
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sabes que já vi gente a defender ferriamente a mentira para o bem da civilização? e sabes o que me chamam por não mentir? dizem que tenho "falta de postura", "importuna", "incoveniente", "indelicada"
penso que devem dizer outras coisas nas costas ahahahahah
É verdade que mentimos...mas seria bom indagar das causas que nos levam a essa atitude!
Não sabia que no tempo de Teixeira de Pascoaes, a mentira já era tão importante, Maria.
Ele lá sabe o que escreveu, apesar de ser do tempo dos "homens com honra", a quem bastava um aperto de mão para selar um negócio...
estavas a pensar em algum acontecimento muito recente quando invocaste Teixeira de Pascoaes????hummmmmmmmmmmm
É voltar aos "clássicos", tens razão. com o sabor de quem regressa a Casa (de Maio). cada vez mais actuais, sem dúvida.
Pô que texto heim? Falou e disse...
bjs,
O Sibarita
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