quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Ao anoitecer...

VOZ QUE SE CALA

Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.

Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.

Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!

Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...

Florbela Espanca

8 comentários:

Teresa Durães disse...

florbela!!!! ah!!!!!!!!!


Só podia!!!!!

ehehehehheh

adoro!!!

Luís disse...

"Amo a hera que entende a voz do muro"... imagem lindíssima. A hera que se recosta no muro. Que nele cria as suas raízes. Cresce por ele. Cresca nele. E nesse entrelaçar já não são dois. São um. Escutando os sussurros dentro de si.

Florbela rules!

Umbeijinho

Clotilde S. disse...

Como sabes, Maria, sou grande admiradora da Florbela. :))))

Uma mulher que viveu muito à frente do seu tempo.

Beijinhos

eu... disse...

também adoro esta poetisa. boa escolha

O Sibarita disse...

Olá sua menina! Falar o que da poesia de Florbela? Demais!

O Sibarita

Manuel Veiga disse...

uma voz apaixonada, que não se cala! bendita Florbela...

Maria P. disse...

Agradeço todos os comentários, sabem que sim. Mas registo o da Lícinia:
"Uma mulher que viveu muito à frente do seu tempo".

Beijinhos.

Clotilde S. disse...

he he he
Direitos de autora, vá...
essa da mulher que viveu muito a frente do seu tempo , é minha.

Beijinhos