VOZ QUE SE CALA
Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...
Florbela Espanca
8 comentários:
florbela!!!! ah!!!!!!!!!
Só podia!!!!!
ehehehehheh
adoro!!!
"Amo a hera que entende a voz do muro"... imagem lindíssima. A hera que se recosta no muro. Que nele cria as suas raízes. Cresce por ele. Cresca nele. E nesse entrelaçar já não são dois. São um. Escutando os sussurros dentro de si.
Florbela rules!
Umbeijinho
Como sabes, Maria, sou grande admiradora da Florbela. :))))
Uma mulher que viveu muito à frente do seu tempo.
Beijinhos
também adoro esta poetisa. boa escolha
Olá sua menina! Falar o que da poesia de Florbela? Demais!
O Sibarita
uma voz apaixonada, que não se cala! bendita Florbela...
Agradeço todos os comentários, sabem que sim. Mas registo o da Lícinia:
"Uma mulher que viveu muito à frente do seu tempo".
Beijinhos.
he he he
Direitos de autora, vá...
essa da mulher que viveu muito a frente do seu tempo , é minha.
Beijinhos
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