Floriram por engano as rosas bravas
No inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas!
Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor! - do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos!
Camilo Pessanha
4 comentários:
Mestre Pessanha carregado de simbolismo. Não conhecia este soneto.
Boa escolha:)
Beijinhos
;-)
adorei! só hoje vim ler, não conhecia
:)
os dois post muito juntinhos!
Eu gosto da poesia de Camilo Pessanha.
Beijocas meninas:)
Enviar um comentário