terça-feira, 5 de setembro de 2006

Ao anoitecer...

Quero-te, como se fosses
a presa indiferente, a mais obscura
das amantes. Quero o teu rosto
de brancos cansaços, as tuas mãos
que hesitam, cada uma das palavras
que sem querer me deste. Quero
que me lembres e esqueças como eu
te lembro e esqueço: num fundo
a preto e branco, despida como
a neve matinal se despe da noite,
fria, luminosa,
voz incerta de rosa.

Nuno Júdice

6 comentários:

JPD disse...

Excelente escolha!
o Judice é um poeta admirável.
Bjs

Teresa Durães disse...

não é deste modo que quero ahahaahah

(desculpa)

quero e quero ahahahah

sem esquecer (não é para ti, sem más interpretações lololol)

(mais letras....)

Manuel Veiga disse...

"a voz incerta da rosa" é um verso que gostava de ter escrito!

mas prefiro "anoiteceres" com mais cores...

M. disse...

Como é bonito!

Cláudio disse...

"a mais obscura das amantes"

"o teu rosto de brancos cansaços"

"num fundo a preto e branco"

No amor (que se tem e/ou que se quer, que se deseja) percorre-se todo o espectro de cores e emoções (alegria extrema, plenitude, saudade e sofrimento, certeza e incerteza), sente-se de tudo não é verdade?...

Beijinhos.

Maria P. disse...

Obrigada JPD.

Teresa, o que queres tu?!

Seja feita a sua vontade, Herético:)

Obrigada Fotoescrita:)

Cláudio, sempre inspirado no comentário, obrigada:)

a todos beijinhos...